
O
processo trata sobre a viabilização de um poço em área "extremamente
pobre de Mossoró" durante a campanha eleitoral. De acordo com a
denúncia, a ação teve objetivo de influenciar a população favoravelmente
à então candidata Cláudia Regina, apoiada por Rosalba para o cargo de
prefeita. Segundo o juiz José Herval Sampaio, mesmo sem a comprovação da
participação da governadora no fato, ficou caracterizado o abuso do
poder político.
"Em havendo comprovação de
ilicitude nessa ação pela governadora, mesmo sem a comprovação de sua
participação direta, contudo a ordem de feitura de um poço em uma
comunidade extremamente pobre, justamente no período eleitoral, sem
qualquer comprovação documental de que a política pública nessa linha já
tinha cronograma específico e que a situação seria de urgência, denota
no nosso sentir, o abuso de poder político", disse o magistrado,
afirmando que a suposta irregularidade incorre no crime de abuso do
poder político.
"Mesmo não havendo comprovação
de participação direta dos investigados nos fatos analisados, a
legislação é clara que, em havendo benefício, como indiscutivelmente se
operou na presente situação, é de se cassar o diploma dos investigados
eleitos, declarando as suas inelegibilidades, como corolário da
legislação que regula as formas de abuso de poder em todas as suas
vertentes", completou o magistrado em sua sentença, condenando Rosalba a
ficar impedida de disputar eleição até 2020.Ainda em sua sentença, José Herval Sampaio Júnior afirmou que o
poço sequer chegou a ser finalizado e foi "tampado". Para retratar o
caso, inclusive, o magistrado citou trechos da música "Vozes da Seca",
de Luiz Gonzaga, que fala sobre a necessidade que os sertanejos têm de
intervenções de políticos para amenizar os problemas da seca.
No
entendimento do advogado Thiago Cortez, que defende a governadora
Rosalba Ciarlini, quando o magistrado e testemunhas admitiram que a
governadora não teve participação nos atos de abuso do poder político, o
próprio juiz exime a governadora de culpa e, por isso, vai recorrer da
decisão. "O problema está lá há muito tempo, é uma reivindicação de mais de
dez anos, não houve pedido de voto e isso tudo está nos autos. A própria
decisão afirma que a governadora não teve participação. Vamos recorrer
porque a sentença é incoerente com o que ela mesmo diz", disse Thiago
Cortez, que impetrará o recurso nos próximos dias na 33ª zona eleitoral e
que deverá ser analisado pelo TRE.
Prefeitura de Mossoró
Com
relação à prefeita Cláudia Regina e ao vice, Wellington de Carvalho
Costa Filho, o magistrado decidiu que ambos devem ter os diplomas
cassados, mas disse que não caberia a cassação imediata e, para isso,
deveria haver a condenação por parte do colegiado (TRE). Além disso,
também determinou que o TRE seja oficiado sobre a decisão para a
realização de novas eleições em Mossoró e também encaminhamento de
ofício à Advocacia Geral da União "para que aquele órgão possa, se assim
entender, interpor ação de cunho reparatório em face dos responsáveis
pelas despesas decorrentes da realização de novo pleito.
Copiado de http://tribunadonorte.com.br/noticia/rosalba-fica-inelegivel-por-oito-anos-e-advogado-critica-sentenca/263592?fb_action_ids=409047259221727&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map={%22409047259221727%22%3A305152089625466}&action_type_map={%22409047259221727%22%3A%22og.recommends%22}&action_ref_map=[]
Nenhum comentário:
Postar um comentário