
A ideia surgiu após a iniciativa
de se desenvolver armas não-letais para que fossem utilizadas nos mais
diversos conflitos. No programa, alternativas também polêmicas teriam
aparecido, como algumas que atrairiam insetos, enquanto que outras
fariam os soldados inimigos terem alguns problemas com flatulência.
Segundo os Estados Unidos, “o
Departamento de Defesa está sempre comprometido em identificar,
pesquisar e desenvolver armas não-letais que possam dar suporte aos
nossos homens e mulheres de uniforme”.
A “bomba gay”, no entanto, foi o
que realmente chamou a atenção. Com uma proposta formulada em 1994, os
responsáveis pelo projeto seriam os cientistas do laboratório Wright, do
Exército do Ar alocado em Dayton, Ohio. Eles, inclusive, solicitaram na
época um orçamento de nada menos do que US$ 7,5 milhões para
desenvolver esta bomba (além de algumas outras ideias, como as citadas
acima).
Como funcionaria?
Ela seria constituída de algum
produto químico, talvez uma grande concentração de feromônios
masculinos, por exemplo. O artefato, segundo o relatório apresentado
junto com a proposta “conteria um químico que tornaria os soldados
inimigos gays, fazendo com que as unidades se desmantelassem uma vez que
os combatentes se tornariam irrestívelmente atraentes uns para os
outros”.
O projeto foi mantido em segredo
por muitos anos, até que em 2004, os pesquisadores do Sunshine Project,
uma associação que luta contra o uso dearmas biológicas, encontrou os
documentos que indicavam o desenvolvimento da tal “bomba gay”.
De início, o exército dos Estados
Unidos negou a ideia. O tenente-coronel Brian Maka, por exemplo, veio a
público e afirmou que “o Departamento de Defesa jamais incentivou tal
conceito e nenhum financiamento foi aprovado pelo Pentágono”.
Isso, no entanto, caiu por terra
depois de alguns documentos terem sido revelados, como a própria
proposta feita pelo laboratório Wright e que era denominada como
“Harassing, Annoying and ‘Bad Guy’ Identifying Chemicals” (algo como
“Químicos capazes de incomodar, molestar e identificar ‘caras
malvados’”).
Assim, novas declarações partindo
do Pentágono tomaram outro rumo, dizendo que o estudo até pode ter sido
considerado, mas por um breve período de tempo. Segundo o Sunshine
Project, no entanto, os militares chegaram a enviar o projeto para ser
examinado pelos melhores cientistas do país para ser considerado. Os
resultados não devem ter sido bons, uma vez que um documento citando
apenas que “novas descobertas são necessárias” também foi encontrado.
Prêmios e homenagens!
Além de manchar um pouco mais a
imagem do exército dos Estados Unidos perante a opinião pública mundial,
o projeto também rendeu muitas outras coisas. O laboratório Wright, por
exemplo, ganhou o prêmio Ig Nobel em 2007 graças a essas pesquisas.
Segundo o O Estado de São Paulo,
em matéria do mesmo ano, “ninguém das forças armadas dos Estados Unidos
que realizou a pesquisa sobre a ‘Bomba gay’ compareceu à cerimônia
porque os autores do estudo não puderam ser localizados, disseram os
organizadores do Ig Nobel”.
Além do prêmio, o suposto
artefato também rendeu um musical, sugestivamente intitulado “Gay Bomb –
The Musical”, uma peça teatral que deve combinar muito mais com os
propósitos do amor do que uma bomba qualquer.
Mega Curioso
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