Receita é calórica e foi criada para aproveitar o peixe pequeno.
A iguaria potiguar ginga com tapioca, um dos mais tradicionais pratos
do RN, foi alvo de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Departamento de Nutrição analisou a receita, que tem como base a goma de mandioca e o peixe frito (veja o vídeo ao lado), para descobrir o valor nutricional do prato. De acordo com a pesquisa, a receita é fonte de proteínas e carboidratos.
O estudo também descobriu a origem do alimento, que é genuinamente
potiguar. “Fomos a campo e descobrimos que a origem dessa comida está
intimamente ligada à cultura potiguar. Quando as pessoas comem, lembram
da infância, por exemplo”, defendeu Rebeka Fernandes, também estudante
de nutrição.
“A tapioca é uma fonte de carboidratos e o peixe é a fonte proteica.
Esses dois alimentos se complementam, não só no paladar, mas também do
ponto de vista nutricional”, explicou Natalie Dantas, estudante de nutrição.
O prato agrada o paladar dos turistas. “Eu vim de Chapecó, em Santa
Catarina, para comer esta iguaria. É muito saborosa. Está aprovada”,
disse o turista Aruanã Alcoforado.
De acordo com a pesquisa, o ideal é consumir o prato feito na hora e
com moderação. “É um prato que tem entre 500 e 600 calorías, portanto,
uma preparação com alto valor calórico. Não se deve deixar de comer, já
que é um patromônio cultural do estado, mas devemos consumir com
moderação”, frisou Natalie Dantas.
O ponto turístico de Natal mais visitado para o consumo da ginga com
tapioca é o mercado da Redinha, praia da zona Norte de Natal.
Segundo Ivanize Januário, que vende o produto, a ginga com tapioca foi
criada pelo pai dela, há mais de 50 anos, aproveitando os peixes
pequenos que vêm na rede de arrasto dos pescadores, geralmente
descartados. “Meu pai viu aqueles peixinho gingando e disse: me dê aqui
essa ginga que eu vou fritar pra vender com tapioca. E assim foi
feito”, lembrou Ivanize.
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