Estudantes de cursos diferentes querem conhecer quem desafiou o MEC.
‘Ideia de escrever sobre o macarrão veio na hora da prova’ , disse.
“Gui, na próxima redação você pode lançar o frango gratinado que te
ensinei sábado”, disse Romano Lopes na página de uma rede social do
amigo Carlos Guilherme Custódio Ferreira, que ficou conhecido após
inserir, no meio da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
uma receita de como preparar macarrão instantâneo.
Aos 19 anos, o estudante de engenharia civil tornou-se o centro das atenções na Centro Universitário de Lavras
(Unilavras-MG) e os convites para conhecê-lo não são poucos. Pessoas de
outros cursos querem saber quem é o jovem que desafiou o novo sistema
de avaliação do Enem.

Ele também não sabe por que escolheu justamente a receita do Miojo. “Me
veio a mente enquanto eu fazia a prova e pensei que seria uma boa para
testar a eficiência, neste caso, ineficiência, da correção do exame”,
completou.
Natural de Campo Belo
(MG), onde fez a prova, o jovem conta que se mudou para Lavras para
estudar e que esta foi a segunda vez que fez a prova do Enem. Em 2011
ele prestou o exame conhecido popularmente como ‘treineiro’, mas não
utilizou a nota para tentar entrar nas universidades, já que ainda
estava no Ensino Médio.
Com 75% de financiamento do curso através do Financiamento Estudantil
(Fies), o universitário que está no segundo semestre do curso e que
divide um apartamento com outros cinco jovens estudantes no formato de
república, conta que está feliz, pois é o que sempre quis estudar. “Eu
sempre quis este curso e consegui o Fies para terminá-lo, o que é de
grande ajuda”.
Desta maneira, o futuro engenheiro pretende seguir o curso até o final e
espera que a brincadeira, chamada por ele de ‘despretensiosa’, reforce a
correção das redações na prova que habilita estudantes para cursarem
faculdades em todo o país.“Espero que as correções fiquem mais criteriosas e rigorosas a partir de agora. Eu fiz a prova porque já estava inscrito, mas não tinha muito compromisso, uma vez que já estou na faculdade”, destacou.

O estudante conseguiu 560 pontos na prova. A redação escrita por ele foi avaliada como adequada, embora previsível e com argumentos superficiais, segundo uma nota enviada pelo Ministério da Educação (MEC). A determinação do Enem em 2012 era de que as redações teriam até três corretores, no entanto o texto escrito por Carlos não apresentou discrepância de nota acima de 200 pontos entre os dois primeiros corretores e não precisou passar por um terceiro.
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