
No final da vida, atuava como comerciante aposentado na vila São
Domingos, distrito de sua cidade natal. Atendia pelo nome de batismo,
Manoel Dantas Loyola, ou por outro apelido: seu Né. No primeiro combate
com os “macacos”, quando era chamado de Candeeiro, foi ferido na coxa. O
buraco de bala foi fechado com farinha peneirada e pimenta.
Teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São Francisco,
no lado sergipano. “Lampião não gostava de estar no meio dos
cangaceiros, ficava isolado. E ele já sabia que estava baleado.
Quandosoube que eu era de Buíque, comentou, em entrevista concedida ao
Diario em 2008: ‘sua cidade me deu um homem valente, Jararaca’”.
Candeeiro dizia que, nos quase dois anos que ficou no bando, tinha a
função de entregar as cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de
grandes fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido
atendido. Ele destaou que teve acesso direto ao chefe, chegando a
despertar ciúme de Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não
era seguro. Lampião, segundo ele, reuniria os grupos para comunicar que
deixaria o cangaço. Estava cansado e preocupado com o fato de que as
volantes se deslocavam mais rápido, por causa das estradas, e tinham
armamento pesado.
No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar
quando começou o tiroteio. “Desci atirando, foi bala como o diabo”.
Mesmo ferido no braço direito, conseguiu escapar do cerco. Dias depois,
com a promessa de ser não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia,
com o braço na tipóia. Com ele, mais 16 cangaceiros. Cumprindo dois
anos na prisão, o Candeeiro dava novamente lugar ao cidadão Manoel
Dantas Loyola. Sobre a época do cangaço, costumava dizer que foi
“história de sofrimento”.
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