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Cartaz do filme Cavalo de Guerra |
Trégua na guerra durante o Natal de 1914
O
espírito natalino que faz as pessoas se tornarem mais solidárias, mais
tolerantes e mais sensíveis tomou conta dos soldados que combatiam nas
trincheiras da recém-iniciada Primeira Guerra Mundial. Aquele dezembro
de 1914 era apenas o quinto mês da Grande Guerra que por 6 dias teve uma
trégua não oficial.
O filme "Cavalo de Guerra", dirigido por Steven Spielberg, retrata
de forma excepcional esse episódio marcante da história e fica a dica
para quem quiser apreciar esse belo longa-metragem. Mas para atiçar a
curiosidade sobre o fato, ou simplesmente para contribuir na sua
pesquisa, aqui consta a narração escrita de como ocorreu a trégua
natalina em plena ebulição da Primeira Guerra Mundial.
Primeira Guerra Mundial - A trégua de Natal de 1914
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Soldados na trincheira |
Finalmente parou de chover. A noite está clara, com céu limpo, estrelado, como os
soldados não viam há muito tempo. Ao contrário da chuva, porém, o frio
segue sem dar trégua. Normal nesta época do ano. O que não seria normal
em outros anos é o fedor no ar. Cheiro de morte, que invade as narinas e
mexe com a cabeça dos vivos – alemães e britânicos, inimigos, separados
por 80, 100 metros no máximo. Entre eles está a “terra de ninguém”,
assim chamada porque não se sobreviveria ali muito tempo. Cadáveres de
combatentes de ambos os lados compõem a paisagem com cercas de arame
farpado, troncos de árvores calcinadas e crateras abertas pelas
explosões de granadas. O barulho delas é ensurdecedor, mas no momento
não se ouve nada. Nenhuma explosão, nenhum tiro. Nenhum recruta
agonizante gritando por socorro ou chamando pela mãe. Nada.
E de repente o
silêncio é quebrado. Das trincheiras alemãs, ouve-se alguém cantando. Os
companheiros fazem coro e logo há dezenas, talvez centenas de vozes no
escuro. Cantam “Stille Nacht, Heilige Nacht”. Atônitos, os
britânicos escutam a melodia sem compreender o que diz a letra. Mas nem
precisam: mesmo quem jamais a tivesse escutado descobriria que a música
fala de paz. Em inglês, ela é conhecida como “Silent Night”; em português, foi batizada de “Noite Feliz”. Quando a música acaba, o silêncio retorna. Por pouco tempo.
“Good, old Fritz!”, gritam os britânicos. Os “Fritz” respondem com “Merry Christmas, Englishmen!”, seguido de palavras num inglês arrastado: “We not shoot, you not shoot!” (“Nós não atiramos, vocês também não”).
Estamos em
algum lugar de Flandres, na Bélgica, em 24 de dezembro de 1914. E esta
história faz parte de um dos mais surpreendentes e esquecidos capítulos
da Primeira Guerra Mundial: as confraternizações entre soldados inimigos
no Natal daquele ano. Ao longo de toda a frente ocidental – que se
estendia do mar do Norte aos Alpes suíços, cruzando a França –, soldados
cessaram fogo e deixaram por alguns dias as diferenças para trás. A paz
não havia sido acertada nos gabinetes dos generais; ela surgiu ali
mesmo nas trincheiras, de forma espontânea.
Soldados ingleses e alemães juntos em confraternização |
Conhecido então
como Grande Guerra, o conflito estourou após a morte do arquiduque
Francisco Ferdinando. Herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, ele e
sua esposa Sofia foram assassinados em Sarajevo, na Sérvia, no dia 28
de junho. O atentado, cometido por um estudante, fora tramado por um
membro do governo sérvio. Um mês mais tarde, em 28 de julho, a
Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. As nações europeias se
dividiram. Grã-Bretanha, França e Rússia se aliaram aos sérvios; a
Alemanha, aos austro-húngaros. Nas semanas seguintes, os alemães
invadiram a Bélgica, que até então se mantivera neutra, e, ainda em
agosto, atravessaram a fronteira com a França. Chegaram perto de tomar
Paris, mas os franceses os detiveram, em setembro.
Nos primeiros
meses, a propaganda militar conseguiu inflar o orgulho dos soldados – de
lado a lado. O fervor patriótico crescia paralelamente ao ódio pelos
inimigos. Entretanto, em dezembro o moral das tropas já despencara. A
guerra se arrastava havia quase um semestre. Os britânicos haviam
perdido 160 mil homens até então; Alemanha e França, 300 mil cada. Para
piorar, as condições nas trincheiras eram péssimas. O odor beirava o
insuportável, devido às latrinas descobertas e aos corpos em
decomposição. Estirados pela terra de ninguém, cadáveres atraíam
ratazanas aos milhares. Era um verdadeiro banquete. Com tanta carne,
elas engordavam tanto que algumas eram confundidas com gatos. Pior que
as ratazanas, só os piolhos. Milhões deles, nos cabelos, barbas,
uniformes. Em toda parte.
Quando chovia
forte, a água batia na altura dos joelhos. Dormia-se em buracos
escavados na parede e era comum acordar assustado no meio da noite, por
causa das explosões ou de uma ratazana mordiscando seu rosto. Durante o
dia, quem levantasse a cabeça sobre o parapeito era um homem morto. Os
franco-atiradores estavam sempre à espreita (no final da tarde,
praticavam tiro ao alvo no inimigo e, quando acertavam, diziam que era
um “beijo de boa-noite”). O soldado entrincheirado passava longos
períodos sem ter o que fazer. Horas e horas de tédio sentado no inferno.
Só restava esperar e olhar para céu – onde não havia ratazanas nem
cadáveres.
O cotidiano de
horrores foi minando a vontade de lutar. Uma semana antes do Natal já
havia sinais disso. Foi assim em Armentières, na França, perto da
fronteira com a Bélgica. Soldados alemães arremessaram um pacote para a
trincheira britânica. Cuidadosamente embalado, trazia um bolo de
chocolate e dentro, escondido, um bilhete. Os alemães pediam um
cessar-fogo naquela noite, entre 19h30 e 20h30. Era aniversário do
capitão deles e queriam surpreendê-lo com uma serenata. O bolo era uma
demonstração de boa vontade. Os britânicos concordaram e, na hora da
festa inimiga, sentaram no parapeito para apreciar a música. Aplaudidos
pelos rivais, os alemães anunciaram o encerramento da serenata – e da
trégua – com tiros para cima. Em meio à barbárie, esses pequenos gestos
de cordialidade significavam muito.
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A vida nas trincheiras mostra uma das mais terríveis faces da Primeira Guerra Mundial |
Ainda assim,
era difícil imaginar o que estava por vir. Na noite do dia 24, em
Fleurbaix, na França, uma visão deixou os britânicos intrigados:
iluminadas por velas, pequenas árvores de Natal enfeitavam as
trincheiras inimigas. A surpresa aumentou quando um tenente alemão
gritou em inglês perfeito: “Senhores,
minha vida está em suas mãos. Estou caminhando na direção de vocês.
Algum oficial poderia me encontrar no meio do caminho?” Silêncio. Seria uma armadilha? Ele prosseguiu: “Estou sozinho e desarmado. Trinta de seus homens estão mortos perto das nossas trincheiras. Gostaria de providenciar o enterro”.
Dezenas de armas estavam apontadas para ele. Mas, antes que
disparassem, um sargento inglês, contrariando ordens, foi ao seu
encontro. Após minutos de conversa, combinaram de se reunir no dia
seguinte, às 9 horas da manhã.
No dia
seguinte, 25 de dezembro, ao longo de toda a frente ocidental, soldados
armados apenas com pás escalaram suas trincheiras e encontraram os
inimigos no meio da terra de ninguém. Era hora de enterrar os
companheiros, mostrar respeito por eles – ainda que a morte ali fosse um
acontecimento banal. O capelão escocês J. Esslemont Adams organizou um
funeral coletivo para mais de 100 vítimas. Os corpos foram divididos por
nacionalidade, mas a separação acabou aí: na hora de cavar, todos se
ajudaram. O capelão abriu a cerimônia recitando o salmo 23. “O senhor é meu pastor, nada me faltará”, disse.
Depois, um soldado alemão, ex-seminarista, repetiu tudo em seu idioma.
No fim, acompanhado pelos soldados dos dois países, Adams rezou o
pai-nosso. Outros enterros semelhantes foram realizados naquele dia, mas
o de Fleurbaix foi o maior de todos.
Aquela situação
por si só já era inusitada: alemães e britânicos cavando e rezando
juntos. Mas o que se viu depois foi um desfile de cenas surreais. Em Wez
Macquart, França, um britânico cortava os cabelos de qualquer um –
aliado ou inimigo – em troca de alguns cigarros. Em Neuve Chapelle,
também na França, os soldados indicavam discretamente para seus novos
amigos a localização das minas subterrâneas. Em Pervize, na Bélgica,
homens que na véspera tentavam se matar agora trocavam presentes:
tabaco, vinho, carne enlatada, sabonete. Uns disputavam corridas de
bicicleta, outros caçavam coelhos. Uma luta de boxe entre um escocês e
um alemão foi interrompida antes que os dois se matassem. Alguém sugeriu
um duelo de pistolas entre um alemão e um inglês, mas a ideia foi
rechaçada – afinal, aquilo era um cessar-fogo.
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Soldados britânicos e alemães confraternizam na Terra de Ninguém |
Alguns soldados
relataram os acontecimentos em diários. Edward Hulse, um tenente dos
Scots Guards, com 25 anos de idade, escreveu no diário de guerra do seu
batalhão: "Nós iniciamos
conversações com os alemães, que estavam ansiosos para conseguir um
armistício durante o Natal. Um batedor chamado F. Murker foi ao encontro
de uma patrulha alemã e recebeu uma garrafa de uísque e alguns cigarros
e uma mensagem foi enviada por ele, dizendo que se nós não atirássemos
neles, eles não atirariam em nós”. Consequentemente, as armas
daquele setor ficaram silenciosas aquela noite. Em diversas partes do
fronte os soldados trocaram cartas para serem entregues a familiares e
amigos que viviam em cidades e vilarejos que estavam em conflito.
Porém, o melhor
estava por vir. Nos dias 25 e 26, foram organizadas animadas partidas
de futebol. Centenas jogaram bola nos campos de batalha. “Bola” em
muitos casos era força de expressão; podia ser apenas um monte de palha
amarrado com arame, ou uma lata de conserva vazia. E, no lugar de
traves, capacetes, tocos de madeira ou o que estivesse à mão. Foi assim
em Wulvergem, na Bélgica, onde o jogo foi só pelo prazer da brincadeira,
ninguém prestou atenção no resultado. Mas houve também partidas
“sérias”, com direito a juiz e a troca de campo depois do intervalo.
Numa delas, que se tornou lendária, os alemães derrotaram os britânicos
por 3 a 2, a partida foi encerrada depois que a bola – esta de verdade,
feita de couro – furou ao cair no arame farpado.
A maioria das
confraternizações se deu nos 50 quilômetros entre Diksmuide (Bélgica) e
Neuve Chapelle. Os soldados britânicos e alemães descobriam ter mais em
comum entre si que com seus superiores – instalados confortavelmente bem
longe da frente de batalha. O medo da morte e a saudade de casa eram
compartilhados por todos. Já franceses e belgas eram menos afeitos a
tomar parte no clima festivo. Seus países haviam sido invadidos (no caso
da Bélgica, 90 por cento de seu território estava ocupado), para eles
era mais difícil apertar a mão do inimigo.
Em Wijtschate,
na Bélgica, uma pessoa em particular também ficou muito irritada com a
situação. Lutando ao lado dos alemães, o jovem cabo austríaco Adolf
Hitler queixava-se do fato de seus companheiros cantarem com os
britânicos, em vez de atirarem neles.
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Soldado inglês e soldado alemão na trégua de Natal |
Naquele tempo,
Hitler ainda não apitava nada. Entretanto, os homens que davam as cartas
também não estavam nem um pouco felizes. Dos quartéis-generais, os
senhores da guerra mandaram ordens contra qualquer tipo de
confraternização. Quem desrespeitasse se arriscava a ir à corte marcial.
A ameaça fez os soldados voltarem para as trincheiras. Durante os dias
seguintes, muitos ainda se recusavam a matar os adversários. Para manter
as aparências, continuavam atirando, mas sempre longe do alvo. Na noite
do dia 31, em La Boutillerie, na França, o fuzileiro britânico W.A.
Quinton e mais dois homens transportavam sua metralhadora para um novo
local, quando de repente ouviram disparos da trincheira alemã. Os três
se jogaram no chão, até perceberem que os tiros eram para o alto: os
alemães comemoravam a virada do ano.
Reação oficial e do público
As
reações à trégua de Natal vindas de várias fontes vieram em várias
formas. Os Governos aliados e o alto-comando militar reagiram com
indignação (principalmente entre os franceses). O Comandante-em-chefe
britânico, Sir John French, possivelmente tinha previsto a suspensão das
hostilidades no Natal quando emitiu uma ordem antecipada alertando suas
forças para um provável aumento da atividade alemã durante o Natal:
ele, portanto, instruiu seus homens para redobrar o estado de alerta
durante esta época.
Após a trégua ele escreveu severamente: "Eu emiti ordens imediatas para prevenir qualquer recorrência deste tipo de conduta e convoquei os comandantes locais para prestarem contas, o que resultou em punições severas". A igreja Católica, através do Papa Benedito XV, tinha solicitado anteriormente uma interrupção temporária das hostilidades para a celebração do Natal. Embora o Governo alemão tenha indicado sua concordância, os aliados rapidamente discordaram: a guerra tinha que continuar, mesmo durante o Natal.
Quase imediatamente à trégua, as mensagens enviadas chegaram para os familiares e amigos daqueles servindo no fronte através do método usual: cartas para casa. Estas cartas foram rapidamente utilizadas por jornais locais e nacionais (incluindo alguns na Alemanha) e impressas regularmente.
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Sir John French |
Após a trégua ele escreveu severamente: "Eu emiti ordens imediatas para prevenir qualquer recorrência deste tipo de conduta e convoquei os comandantes locais para prestarem contas, o que resultou em punições severas". A igreja Católica, através do Papa Benedito XV, tinha solicitado anteriormente uma interrupção temporária das hostilidades para a celebração do Natal. Embora o Governo alemão tenha indicado sua concordância, os aliados rapidamente discordaram: a guerra tinha que continuar, mesmo durante o Natal.
Quase imediatamente à trégua, as mensagens enviadas chegaram para os familiares e amigos daqueles servindo no fronte através do método usual: cartas para casa. Estas cartas foram rapidamente utilizadas por jornais locais e nacionais (incluindo alguns na Alemanha) e impressas regularmente.
Sir Horace Smith-Dorrien, o Comandante do II Corpo britânico na época, reagiu com uma simples instrução: "O
Comandante do Corpo, portanto, ordena aos Comandantes de Divisão para
incutirem em todos os seus comandantes subordinados a absoluta
necessidade de encorajarem o espírito ofensivo das tropas, enquanto
estiverem na defensiva, por todos os meios à sua disposição. Relações
amistosas com o inimigo, armistícios não oficiais e a troca de tabaco e
outros confortos, não importa o quão tentadores e ocasionalmente
agradáveis possam ser, estão absolutamente proibidos".
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Sir Horace Smith-Dorrien |
A visão do soldado no fronte
Nas cartas para casa, os soldados na linha de frente foram praticamente unânimes em expressar seu espanto com os eventos do Natal de 1914.
Um alemão escreveu: "aquele foi um dia de paz na guerra; é uma pena que não tenha sido a paz definitiva".
O Cabo John Ferguson contou como a trégua foi conduzida no seu setor: "Nós apertamos as mãos, desejando Feliz Natal e logo estávamos conversando como se nos conhecêssemos há vários anos. Nós estávamos em frente às suas cercas de arame e rodeados de alemães – ‘Fritz’ e eu no centro, conversando e ele, ocasionalmente traduzindo para seus amigos o que eu estava dizendo. Nós permanecemos dentro do círculo como oradores de rua. Logo, a maioria da nossa companhia (Companhia ‘A’), ouvindo que eu e alguns outros havíamos ido, nos seguiu... Que visão – pequenos grupos de alemães e ingleses se extendendo por quase toda a extensão de nossa frente! Tarde da noite nós podíamos ouvir risadas e ver fósforos acesos, um alemão acendendo um cigarro para um escocês e vice-versa, trocando cigarros e souvenires. Quando eles não podiam falar a língua, eles tentavam se fazer entender através de gestos e todos pareciam se entender muito bem. Nós estávamos rindo e conversando com homens que só umas poucas horas antes estávamos tentando matar!"
Bruce
Bairnsfather, o autor dos famosos cartuns ‘Old Bill’, resumiu os
sentimentos de muitas das tropas britânicas quando ele escreveu: "Todos
estavam curiosos: ali estavam aqueles malditos comedores-de-salsicha,
que tinham começado aquela infernal guerra europeia e, ao fazer isso,
nos enfiaram no mesmo lamaçal junto com eles... Não havia um átomo de
ódio em qualquer dos lados aquele dia e ainda, no nosso lado, nem por um
momento havia a vontade de guerrear".
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Soldado alemão em trincheira britânica |
Tréguas
em períodos de guerra não eram tão incomuns. Exemplos de interrupções
temporárias em conflitos datam de séculos atrás e incluem as guerras
Peninsular e da Criméia (entre os ingleses e franceses na primeira e
ingleses e russos na segunda). Histórias similares são contadas a
respeito de refeições trocadas entre os lados opostos durante a Guerra
Civil Americana e, em 1900, na Guerra dos Boers, na África do Sul.
De fato, em várias arenas da Primeira Guerra Mundial a tradição continuou além do Natal. O extraordinário líder da guerra de guerrilha alemão na África Leste, Coronel Paul von Lettow-Vorbeck, era famoso por suas cavalheirescas – segundo alguns civilizadas – maneiras em que ele conduzia a guerra. Por exemplo, após humilhar as forças indianas lideradas pelos britânicos na batalha de Tanga, no início de Novembro de 1914, líderes de ambos os ladosse reuniram sob uma bandeira branca para trocar opiniões acerca da ação e para compartilhar uma garrafa de brandy.
Entretanto,
este estilo de cortesia foi considerado extinto com a aparição da
relativamente nova forma de guerra mecanizada que caracterizou a
Primeira Guerra Mundial, certamente como era combatida no Fronte Oeste.
Apesar disso, não eram incomuns breves cessar-fogo serem taticamente
aceitos e observados por uma ora ou mais, como durante o café-da-manhã
em setores mais calmos onde apenas poucas jardas separavam as tropas
aliadas das germânicas; um caso de “viva e deixe viver”.
Uma vez e somente uma
Precauções
especiais foram tomadas durante os Natais de 1915, 1916 e 1917 para
que os eventos do final de dezembro de 1914 nunca mais foram repetidos. Os comandantes ordenaram nos anos seguintes um aumento nos bombardeamentos durante a época de Natal.
Investigações
foram conduzidas para determinar se a trégua não oficial foi de alguma
maneira organizada de antemão; o resultado da apuração foi negativo.
Aquilo foi um evento genuinamente espontâneo, que ocorreu em alguns
setores mas não em outros.
Embora a
história dos conflitos inclua numerosos exemplos de gestos generosos
entre inimigos, a trégua de Natal no Fronte Oeste foi talvez o mais
espetacular e, certamente, o mais renomado de seu tipo. Boa vontade para
todos os homens – por um período.
Mesmo naquele
aparentemente pacífico dia de Natal, a guerra não foi completamente
esquecida; muitos dos soldados que apertaram as mãos de Tommy ou Fritz
em 25 de dezembro de 1914, trataram de observar a estrutura das defesas
do inimigo, de modo que se pudesse tirar vantagem de qualquer falha nas
defesas no dia seguinte.
A trégua
continuou no dia 25, e em alguns casos foi até ao Ano Novo, mas na
maioria dos lugares as batalhas reiniciaram no dia 26. Entre os rituais
combinados para a retomada da luta um deles foi assim descrito:
O Oficial inglês deu três tiros para cima e os ingleses ergueram uma bandeira escrito “Feliz Natal”. Os alemães ergueram um lençol com os dizeres “Obrigado”. Um Oficial alemão levantou-se na sua trincheira, fez uma saudação solene, e deu dois tiros para cima. A guerra estava ativa novamente.
Trecho do filme Feliz Natal - acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=wesjmcvr4YA
Fontes:
http://heresiafc.blogspot.com.br/2011/04/primeira-guerra-mundial-tregua-de-natal.htmlCopiado de: http://professor-josimar.blogspot.com.br/
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