
Na antiguidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração a Santa Lúcia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma dedicados ao seu culto.
O episódio da cegueira, ao qual a iconografia
a representa, deve estar ligado ao seu nome Luzia (Lúcia) derivado de
lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas
também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por
este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora.
É assim a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão.
Sua própria festa é celebrada simbolicamente em 13 de dezembro, possivelmente doze dias antes do Natal para indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e sua iluminação correspondente para essa importante data que se avizinha.
História
Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa. Era de uma família rica e
cristã. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade.
Seu pai morrera quando ela tinha 5 anos. Sua mãe sofria de graves
hemorragias internas. Luzia tinha uma grande convicção cristã, que a fez
consagrar-se ao Senhor Jesus, e oferecer sua virgindade perpetuamente.
Um dia ela e sua mãe foram peregrinar à cidade onde se encontrava o
corpo da Grande Santa Águeda, que morrera por não se converter aos
ídolos. O Evangelho pregado na Santa Missa desse dia foi o da mulher que
sofria com hemorragias internas, iguais às da mãe de Luzia. Luzia então
pensou: "Se aquela mulher ao tocar nas vestes do Senhor ficou curada,
será que Santa Águeda não pedirá ao Senhor que cure minha mãe da mesma
forma que aquela mulher?" Ela então disse a sua mãe que esperassem todos
sairem da Igreja, para elas irem rezar junto ao corpo da Santa. Durante
esse meio tempo Luzia dormiu, e em êxtase sonhou que anjos rodeavam
Santa Águeda, e que a mesma disse-lhe: "Luzia minha irmã, porque pedes a
mim uma coisa que tu mesma podes conceder?" Luzia rapidamente saiu do
êxtase e despertou do sonho. Foi procurar sua mãe, a qual disse-lhe que
tinha sido curada. Luzia aproveitou esse momento para revelar à mãe que
tinha feito um voto de virgindade a Jesus, e que iria distribuir todos
os seus bens aos pobres. Sua mãe disse: "Luzia minha filha, tudo o que é
meu e de seu falecido pai é teu, por isso faça o que queres." Ao chegar
em casa elas começaram a distribuir todos os seus bens aos pobres. Um
jovem muito rico e pagão, politeísta de nascença, que já era apaixonado
por Luzia, foi perguntar à mãe da mesma o motivo de tanto esbanjamento
de dinheiro. Em resposta, a mãe de Luzia disse: "Luzia é muito
providente, ela achou bens muito mais valiosos do que esses e por isso é
que estamos fazendo isso." O jovem entendeu como quis e voltou para
casa. Os dias se passavam e Luzia e sua mãe davam mais e mais dinheiro
aos necessitados, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era
cristã. Ele a denuciou à corte imperial, que mandou chamá-la e tentou
persuadi-la a se converter aos ídolos. Luzia se mostrou cheia do
Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano. Ele vendo que nada a
convertia fez inúmeras coisas cruéis com ela.
O martírio
Diocleciano vendo que nada a convertia mandou colocá-la na casa de prostituição. A partir daí começou-se uma série de milagres:
1º milagre: Quando tentaram colocá-la na casa de prostituição,
ninguém conseguia tirá-la dalí (do lugar onde estava sendo feito o
julgamento). Nem mesmo uma junta de bois conseguiu. Os soldados sairam
envergonhados por não conseguir tirar Luzia dali. Seus pés eram como se
estivessem fincados no chão, como raízes de plantas. (As virgens naquele
tempo tinham mais medo de perder a virgindade do que uma cova cheia de
leões).
2º milagre: Tentaram depois colocar fogo em seu corpo, mas Luzia fez a
seguinte oração: "Ó Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixai que
essas chamas me façam mal algum." As chamas não queimaram Luzia, nem
mesmo deixaram vermelhidão no seu corpo, e por isso retiraram ela de
dentro do fogo. Depois disso vem o terceiro milagre, é por causa desse
milagre que ela é considerada a Santa dos Olhos e das Doenças da Vista.
3º milagre: Aí como tudo isso não tinha dado certo, fizeram o castigo
mais cruel depois da degolação. Luzia não se convertia de jeito nenhum
aos falsos deuses, e por isso um soldado, a mando do imperador,
arrancou-lhe os olhos de sua face, e entregou os olhos em um prato a
Luzia, mas milagrosamente ao entregar o prato com os olhos de Luzia, no
rosto da mesma, nasceram-lhe dois lindos olhos, sãos e perfeitos e mais
lindos do que os outros. Vendo que nada a convencia de converter-se ao
paganismo, deceparam sua cabeça no momento que Luzia dizia: "Deus, com o
meu martírio quero te glorificar e te exaltar para todo o sempre.
Amém." No mesmo instante sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de
Dezembro do ano de 304 D.C. Os cristãos recolheram seu corpo virginal e a
sepultaram nas catacumbas de Roma. Sua fama de Santa se espalhou por
toda a Itália e Europa, e a partir daí começou-se a grande devoção a
Santa Luzia de Siracusa.
Santa Luzia é Padroeira de várias Paróquias e Dioceses no mundo. Um
exemplo é o Diocese de Mossoró/RN.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_de_Siracusa
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