segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A NOSSA PARADIGMÁTICA UFRN



Por Francisco de Sales Matos 
(Professor da UFRN, Procurador do Estado do RN, Membro da Academia de Letras Jurídicas do RN).

No ano de 1958 o Rio Grande do Norte ganhava um dos mais nobres e qualificados presentes. O Governador Dinarte Mariz instituía a Universidade do Rio Grande do Norte, mediante a Lei nº 2.037, de junho daquele já distante ano. Homens e mulheres de boa vontade, notados pela História ou por ela olvidados, mas de qualquer sorte valorosos e virtuosos, empenharam-se, altruisticamente, na concretude daquele sonho de tantos potiguares.
Assim, pelas mãos daqueles festejados pioneiros, bravos e desbravadores, começou a nossa Universidade, modestamente, mas firme e determinada. Instalada em 21 de março de 1959, em solenidade no Teatro Alberto Maranhão, a novel entidade contabilizou em seu curriculum cursos de peso, que funcionavam como faculdades autônomas, tais como Direito, Filosofia, Engenharia, Serviço Social, Farmácia, Odontologia. De início, instituída como universidade estadual, não tardou para ser federalizada, o que veio a ocorrer em 18 de dezembro de 1960.
Nos anos de 1968, vivendo o País um Estado de exceção, a Universidade contou com a sua primeira grande transformação institucional, resultado de uma reforma universitária marcada pelo fim das então faculdades. Os cursos respectivos foram agrupados em departamentos, que por sua vez organizaram-se em Centros Acadêmicos. Já os anos 70 foram reservados à construção do Campus Universitário. Um arrojado projeto arquitetônico começou a ser executado e espraiado por 120 hectares, aproximadamente, compondo de modo elegante e estético o visual urbanístico de Natal, num dos seus espaços mais nobres. Não seria necessário dizer, mas dizer é preciso, por trás dessa benesse residiam interesses do regime político de então, no sentido de exercer controle sobre a estudantada rebelde; juntá-la, pois, num mesmo espaço físico seria a forma menos difícil de tentar domá-la. Pensavam.
Mas, o sucesso tem seu preço. Mudanças no azimute da política acompanhadas de subterfúgios, fogo de monturo, malversações e interesses espúrios tentaram empurrar a nossa UFRN para a privatização, sucateando-a. Fui testemunha ocular desse evento triste porque em 1997 assumi a cádetra do Direito Agrário, como professor efetivo. Contudo, as forças do bem foram mais poderosas. E derrotaram as investidas mesquinhas para privatizar o ensino público superior, proposta que, apesar de advir da ditadura, pasmem, teve seu agravamento nas três primeiras macro gestões políticas do País que a sucederam, especialmente a última. Felizmente, o avanço democrático não permitiu que as forças ocultas da privatização triunfassem, máxime porque crescia a nossa UFRN, assentada no tripé ensino, pesquisa e extensão.
Pude constatar, a propósito, as assertivas acima mediante mensagens virtuais atestando que a tenacidade e o compromisso social como pressupostos para o funcionamento da agora Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mantém-se desde o princípio de sua institucionalização como uma continuidade que se renova e expande, num ritmo verdadeiramente admirável. E, mais, já que contra fatos não há argumentos, leio agora nos jornais para júbilo e alegria pessoal que a nossa UFRN conquista a avaliação de melhor universidade federal, dentre as universidades federais do Norte-Nordeste. Segundo pude ouvir do então Reitor Ivonildo Rêgo que em sua gestão construiu-se praticamente o dobro do que fora construído em toda história da instituição, e tudo equipado com o que há de melhor.
Destarte, o título conquistado indica que não houve somente crescimento, mas desenvolvimento com qualidade. Segundo a Reitora Ângela Paiva onze cursos obtiveram conceito máximo no ENADE, sendo nove destes lotados no Campus Central e dois lotados no Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), na cidade de Caicó. Outros pontos, como qualificação dos docentes, concursos com exigência mínima de pós-graduação stricto sensu, qualificação e reestruturação dos projetos pedagógicos e política de assistência estudantil para os alunos que precisam de apoio para ter um bom rendimento também foram destacados.
Por fim, arremata a insigne Reitora: “somos uma gestão que impõe diretrizes, mas que dá condições para que as metas sejam cumpridas. A universidade só é capaz de crescer quando há condições de ter qualidade de ensino”. E, aproveitando o ensejo, puxando uma brasinha para a nossa sardinha, a UFRN invariavelmente é a que mais aprova no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil em nosso Estado. Por tudo isto é que a UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE apresenta-se para a sociedade em geral e para a sociedade acadêmica em especial, como paradigmática.

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