
Biosev:
a empresa, cujas ações caíram mais de 40 por cento desde uma oferta
pública inicial em abril, tem US$ 2,2 bilhões em dívida
Nova York – O fracasso da venda de dívida da Biosev SA salienta
a aversão dos investidores aos produtores de açúcar do Brasil em um
momento em que o setor os sobrecarrega com perdas em bônus três vezes
maiores que a média dos mercados emergentes.
A segunda maior processadora de cana de açúcar do Brasil cancelou sua
oferta de US$ 300 milhões em bônus de sete anos em 9 de outubro após o
yield de 12 por cento que ela ofereceu fracassar em atrair suficientes
compradores, disseram fontes familiares à venda.
Os bônus vendidos por seus concorrentes classificados como junk, como
Grupo Virgolino de Oliveira SA e Aralco SA Açúcar Álcool, caíram 12 por
cento neste ano, contra uma queda média de 3,1 por cento das dívidas corporativas de países em desenvolvimento.
Enquanto os emissores de grau especulativo de mercados emergentes
tomaram emprestado US$ 38 bilhões no mês passado, o maior nível desde
maio, a Biosev cancelou sua venda de bônus em um momento em que a maior
queda de dois anos do açúcar desde 1999 aprofunda uma crise nos lucros.
A Biosev, cujas ações caíram mais de 40 por cento desde uma oferta
pública inicial em abril, tem US$ 2,2 bilhões em dívida e ficará sem
dinheiro em menos de 15 meses com base em seu fluxo de caixa, mostram
dados compilados pela Bloomberg. A taxa de 12 por cento que a Biosev
ofereceu para pagamento é 1,5 vez a média para bônus de empresas de
mercados emergentes que compartilham da classificação B1.
“Há muita preocupação em relação ao setor açucareiro”, disse Omar
Zeolla, analista corporativo de crédito da Oppenheimer Co., em
entrevista em Nova York.
Bônus da Aralco
A Biosev preferiu não comentar o fracasso na oferta, disse por e-mail
um assessor de imprensa que pediu para não ser identificado por causa
da política da empresa.
Fonte: http://exame.abril.com.br/
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