domingo, 10 de julho de 2011

Aguenta isso: Estado tem três mamógrafos novos sem funcionar

Análise feita pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS aponta que 22% dos mamógrafos do Rio Grande do Norte estão parados.


Foto: Reprodução
Mamógrafo, equipamento essencial na prevenção do Cancêr de Mama.
Dos quatro mamógrafos mantidos pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), apenas um está funcionando. No Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal, um dos indicados pelo Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES) para realizar o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o equipamento está dentro de uma caixa há quatro anos.

A situação dos equipamentos de mamografia foi avaliada pela reportagem, após a publicação de uma pesquisa nacional publicada pelo Departamento de Auditoria do SUS – Denasus. De acordo com a auditoria, o Rio Grande do Norte conta atualmente com 22 mamógrafos em seu território, incluindo os públicos e os terceirizados pelo SUS. Desses apenas 17 estão funcionando.

A quantidade é considerada suficiente para atender a população do estado, mas aparelhos quebrados e a má distribuição estariam dificultando o acesso ao exame por grande parte da população, aponta o Denasus.

As clínicas com os equipamentos estaduais, por exemplo, não tem funcionamento regular. O Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal, em Santo Antônio, consta no Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES), mas nunca chegou a realizar o exame.

O problema é que falta a sala aonde vai funcionar a mamografia. “Quando a Policlínica fechou, no início do segundo Governo Wilma, esse aparelho veio para o Hospital, ainda na caixa”, relata a auxiliar administrativa do hospital, Socorro Silva.

Desde a época em que o equipamento foi doado, a direção começou a reformar uma sala para receber o aparelho, mas a obra ainda não foi concluída. “É uma pena, o hospital cobre 19 municípios, nós temos até quem faça o exame, mas não temos a sala. Freqüentemente eu vou a secretaria de saúde do município e vejo a dificuldade das meninas para marcar uma mamografia”, conta Socorro.
Foto: Gerlane Lima
Secretário estadual de Saúde, Domício Arruda.

De acordo com o Secretário Domício Arruda, a situação de Santo Antônio é a mais complicada. “Pedimos a secretaria de insfra-estrutura que libere a verba, falta apenas concretizar a barimetria do local, o problema é a burocracia. A questão do profissional já foi resolvida, só falta a estrutura”, declarou.

O Centro de Saúde Reprodutiva Leide Moraes é outro local indicado para realizar o exame, mas que está com o mamógrafo parado. “Nós recebemos uma processadora nova a aproximadamente 2 meses. O equipamento está funcionando, mas ainda não foi liberado pois é preciso uma série delaudos técnicos chamados de equalização”, explica diretora do centro, Débora Torquato.

Em Assu, o Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos também possui um equipamento recentemente consertado e que ainda não está funcionando. “O diretor do Hospital já me garantiu que nos próximos 15 dias deve começar a realizar o exame”, garantiu o secretário. O problema também é a liberação de laudos técnicos.

O Centro Regional Integrado de Saúde (Cris) de Caicó seria o único com mamógrafo estadual funcionando. Mesmo assim, os exames não estão sendo feitos porque a funcionária responsável esta de férias.

A má distribuição é outro parâmetro para a baixa produtividade. O Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES) aponta que 50% dos mamógrafos privatizados pelo estado estão localizados na capital do Estado.

Privatização
A lista de mamógrafos privatizados pelo Estado também apresenta diversas informações imprecisas. De acordo com o CNES, seriam 31 mamógrafos privatizados. No entanto, a informação entra em conflito com a realidade. Alguns institutos e clínicas, por exemplo, não possuem mais convênios com o Governo e ainda constam no cadastro. Outros sequer chegaram a ser conveniadas, de acordo com clínicas consultadas pela reportagem e que preferiram não se identificar.

Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde mantém cinco clínicas conveniadas para a realização do exame: a Liga Contra o Câncer, a Clinica de Raio-X e Ultrassom, a Clinica da Mama e a Clínica Prontoneuro, quem mantém um mamografia dentro da Maternidade Leide Moraes.

“Nós estamos à cima da quantidade necessária de equipamentos se você considerar a população de Natal. Atualmente, a secretaria não registra nenhuma demanda reprimida. Para se ter idéia, em 2010, foram realizados mais de 20 mil exames”, explica a servidora municipal Maria da Saudade Azevedo Moreira.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) indica que deve existir e um aparelho de mamografia para cada 240 mil habitantes. Mesmo com as falhas dos aparelhos, o número de mamógrafos operando no Rio Grande do Norte é considerado pelo Denasus como suficiente para cobrir a população do Estado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário