
Principal aliado da governadora Rosalba Ciarlini dentro do PMDB,
desde a eleição de 2010, a relação do senador Garibaldi Alves como o
Governo começou a se deteriorar ainda quando o advogado Paulo de Tarso Fernandes
era o todo poderoso Chefe da Casa Civil e o seu grupo havia recebido
duas secretarias de porteira fechada (Secretaria do Trabalho e Bem Estar
Social e Secretaria do Turismo), além da presidência da maior empresa
estatal, a Potigás, Antes do rompimento final, o grupo de Garibaldi
abriu mão da Secretaria de Turismo, num momento em que o seu indicado,
Hamz Elali, desinteressou-se de permanecer no cargo, e o grupo não
demonstrou interesse em indicar o novo secretário.
Depois da saída de Paulo de Tarso, seguindo o vice-governador Robinson Faria
(donatário da Secretaria de Recursos Hídricos, incluindo a Caern de
porteira fechada), foram feitas algumas tentativas de melhoria do
relacionamento, inclusive com a entrada em cena do deputado Henrique
Alves (que não havia apoiado Rosalba na campanha), defendendo a criação
de um conselho político que patrocinou uma reforma no secretariado, no
começo do ano, com a indicação de Junior Teixeira (Agricultura),
Leonardo Rego (Recursos Hídricos) e Renato Fernandes (Turismo),
representando o PMDB, DEM e PR. Registre-se que o desempenho deles,
assim como de Rogério Marinho, na pasta do Desenvolvimento Econômico,
que entrou um pouco antes. Os quatro tem recebido o reconhecimento e a
aprovação geral.
Do ponto de vista prático, o “rompimento” do PMDB significa uma
demonstração pública da inexistência compromissos de apóio a uma
eventual candidatura de Rosalba à reeleição, um assunto que não está
definido nem mesmo na cabeça da própria Rosalba, além de dizer que terá
candidato próprio.
- E os fatos? – O mais emblemático de todos foi o anúncio feito pelo deputado Fábio Faria
da coligação do seu PSD com o PMDB de Henrique Alves, para formar na
coligação da chapa proporcional. Ocorre que o PSD é o único partido com
candidato definido ao Governo do Estado, justamente o pai de Fábio, vice-governador Robilson Faria. As dúvidas começam por uma questão fundamental: –
Será que o filho do candidato a Governador vai subir num palanque que
não apóia o seu candidato ao Governo? – Ou será que existe um
desembarque em marcha do PMDB na candidatura de Robinson?
Como, depois de mais de 40 anos de atividades parlamentar, o deputado
Henrique Alves vem conseguindo impor a marca pessoal de um político
agregador, é possível identificar acertos semelhantes ao divulgado por Fábio, com João Maia, do PR, e com Rogério Marinho do PSDB,
não havendo nos dois casos aparentes compromissos com as chapas
majoritárias. Mas se tinha, como certo o desembarque de João Maia, da
barca governamental, o que pode não acontecer. Sem esquecer que o
Presidente da Câmara não parou de conversar com José Agripino, Wilma de Faria e Fátima Bezerra, que poderiam se sentir isolados com a entrada de Fábio.
Resumo da ópera; Uma análise desapaixonada dos fatos
mostra que na armação dos palanques (e das coligações) do próximo ano,
existem duas situações distintas. A primeira delas é da definição da
chapa de Deputados Federais, que, nos últimos 20 anos vem sendo
preparadas como um autêntico chapão (na última houve a zebra de Paulo
Wagner), que pode já estar sendo costurada nas preliminares. Mas que
ficarão na dependência dos arranjos federais e estaduais. O que aumenta,
muito, o espaço para que se possa costurar ainda mais.
Do Novo Jornal
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