Edição de domingo, 18 de dezembro de 2011 - Diário de Natal On Line.
A próxima quarta-feira, 21 de dezembro, poderá ser o último dia de Dom Matias Patrício de Macedo como Arcebispo da Arquidiocese de Natal. É que todas as quartas-feiras o Vaticano anuncia as mudanças que serão feitas nas paróquias em todos os lugares do mundo, e desde abril, quando o religioso completou 75 anos, Dom Matias espera uma resposta do Papa Bento 16 apontando o nome do seu substituto. Conforme o Direito Canônico, que norteia as leis da Igreja Católica, o bispo é convidado a renunciar ao seu cargo aos 75 anos. O arcebispo foi rápido para informar ao Vaticano sobre sua aposentadoria da administração da Diocese, mas o Papa parece não ter pressa na indicação do seu sucessor.
Dom Matias Patrício de Macêdo completará oito anos à frente da Arquidiocese em janeiro próximo. Foto: Dom Matias Patrício de Macêdo completará oito anos à frente da Arquidiocese em janeiro próximo |
Em janeiro, Dom Matias tem mais um aniversário: oito anos a frente da Arquidiocese. Antes de chegar à capital potiguar, o bispo estava atuando em Campina Grande. Ele explica que necessariamente o novo arcebispo não precisa ter nascido no Rio Grande do Norte. É necessário apenas ser bispo e ter experiência de Diocese. Dom Matias é natural de Santana dos Matos, mas foi criado em Angicos, e só chegou a Natal por volta dos 13 anos, após o convite de um vigário de sua cidade para entrar no Seminário São Pedro. O adolescente não aceitou o convite imediatamente. De forma estratégica, para saber como era a vida em um Seminário, ele incentivou um amigoa se matricular e só depois veio para a capital.
"A minha família era muito simples [a mãe teve 16 filhos] e meu pai via no filho mais velho um ajudante. Ele chegou a conversar com o padre porque ele não tinha condições de arcar com as despesas", disse o arcebispo sobre o posicionamento contrário do pai a sua opção de estudar em Natal. O filho de uma dona de casa com um pequeno comerciante lembra que estudar na capital era algo para os ricos. A sua saída do lar foi considerada um prejuízo financeiro pelo pai, já que o filho mais velho não poderia ajudar no comércio.
Dom Matias diz que com o tempo o pai ficou orgulhoso da sua decisão e que o restante da família nunca se mostrou contrária. "Depois ele falava para todo mundo do filho que era padre", contou sorrindo o religioso. A simpatia de Dom Matias é um dos traços que chama mais atenção na sua personalidade de gente simples, humilde, ao ponto das pessoas esquecerem que estão conversando com um membro de extrema representatividade para a Igreja.
Trajetória
Matias Patrício iniciou sua trajetória ajudando ao padre da cidade de Ceará-Mirim, onde ficou por três meses, até ser nomeado para vigário de Canguaretama e Pedro Velho, mas sua história mais longa foi em Nova Cruz. Foram 22 anos atendendo o município e mais três cidades próximas. Foi em Nova Cruz que Dom Matias se ordenou bispo. Depois foram 10 anos em Cajazeiras e três anos em Campina Grande, ambos municípios da Paraíba, até ser chamando para Arquidiocese de Natal.
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