sábado, 3 de setembro de 2011

Canguaretama, um gigante adormecido

O que constrói uma cidade são as pessoas que moram nela, o potencial de cada um, quando unido, alavanca o nome do município e traz benefícios para toda a coletividade. Analisando por essa perspectiva, deve-se acrescentar que quem possui um papel importante na garimpagem desse potencial é o poder publico, e é nesse momento que algumas cidades sucumbem ou se projetam.
  Tomando por bases as afirmativas acima, observando a inercia da cidade de Canguaretama, fato que já ocorre a algumas décadas, é fácil deduzir que existe algo errado, uma cidade que possui potenciais físicos e humanos quase intocados, vive projetada em um turismo estratificado, com um potencial subaproveitado e voltado somente para as praias. É fácil elencar fontes de renda sem aproveitamento, de expor material humano desperdiçado, ou mesmo, exibir as consequências em não investir em atividades que evitem que crianças e adolescentes gastem suas forças no mundo do crime.  Vejamos:
- Potencial histórico: Canguaretama tem três locais que foram engenhos de cana-de-açúcar, ainda com muitos de seus espaços preservados, esses locais não são frutos de investimento em conservação, propagandas que exibam para o Rio Grande do Norte e para o mundo a história da cidade, atraindo visitantes que conheçam os encantos desses engenhos, medidas que atraiam os olhares e o dinheiro de turistas, garantindo assim reanda para a cidade e consequente conservação da História do município.
- Economia: As cidades que tem espaço físico e vontade buscam atrair empresas para suas terras, instituições que gerem empregos diretos, com isso o povo que pàra de depender do emprego publica para sobreviver, lembrando sempre que empregos indiretos também são criados, ou seja, passa a existir uma rotatividade econômica e uma diversificação, em muitos casos o fator de atração é apenas a seção de terrenos e a isenção de impostos municipais durante alguns anos, mesmo que a falta de recolhimento de alguns impostos represente falta de arrecadação, mas sem as empresas nem os empregos são gerados.
- Esporte: Mesmo o futebol sendo a preferencia nacional e necessária a organização de campeonatos regulares, o investimento do município tem que ser voltado para a formação de atletas, e o caminho para isso são os investimentos nas escolas, com projetos que supram de atividades os horários ociosos dos jovens, assim, mesmo que não se criem atletas profissionais, evita-se o menino (a) atendido pelo projeto venha a frequentar o mundo das drogas, na França, existem escolas de futebol, em que as crianças num horário estudam e no outro recebem educação básica.
  O atletismo é uma via inexplorada na cidade, sem uma pista de atletismo, um professor, nada que viabilize a pratica desse esporte que cresce a cada ano no Brasil. O investimento pode ser feito com um gasto insignificante para os orçamentos de uma cidade com o porte de Canguaretama, o estádio Uruá possui uma lateral ociosa e um dos lados também sem função, lá poderia ser feito uma pista para pratica do esporte, Currais Novos, RN, fez isso, e na cidade o campo perdeu parte de seu espaço, coisa que não seria necessário no caso de Canguaretama.  É bom lembrar que nos Estados Unidos os jogadores de basquete do país que participam da NBA, a liga de basquete americana, começam sua atuação nas escolas e universidades, a maioria possui formação superior, uma vez que ganham bolsas de estudos para poder entrar na graduação e defender a universidade, Michael Jordam, um dos mitos mundiais do basquete é bacharel em direito, o ex-presidente George W .  Bush (filho) foi da equipe de atletismo na universidade, é o esporte nos centros de ensino que levou pessoas em caminhos diferentes, mas não para a criminalidade.
  Percebendo a partir de exemplos globais, pode-se ter uma noção de quanto a cidade de Canguaretama fica a deriva no que tange a um desenvolvimento social, as medidas tomadas hoje em “prol do povo” são meros paliativos, semelhantes a fogo de álcool não tem consistência nem mesmo durabilidade, consome dinheiro, tempo, esforços e não é capaz de construir, edificar solidamente um projeto de futuro.
  A sociedade espera medidas firmes com caráter de projetos para o futuro, com aproveitamento de todo o potencial humano, físico, cultual etc. da cidade, para que nos próximos anos não se pague o preço de uma sociedade ociosa, com efeitos danosos e onerosos, como o aumento da pobreza, criminalidade acentuada, favelização, entre outras mazelas inerentes as cidades que não investem no que de fato é importante, ou seja, o povo.  
 Rafael Tarcísio da Silva

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