No
momento da prisão, o pastor estava em seu carro, um Passat. Ele voltava
para sua casa, um luxuoso apartamento em Copacabana, na zona sul da
capital. Segundo a polícia, o imóvel está no nome da igreja e está
avaliado em R$ 8 milhões. Os mandados foram decretados pelos juízes
Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana
Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, na última
quinta-feira (02).
Segundo o delegado Márcio Mendonça, da
Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), as investigações começaram há
pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG
AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos
Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ao longo das
investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis
fiéis, entre elas três menores de idade. Ele também realizaria orgias em
seu apartamento em Copacabana. As pessoas eram chamadas para cultos,
mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas",
segundo o delegado. O policial disse ainda que o pastor costumava agir
com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e
homens a transar com homens. Uma das vítimas revelou que foi estuprada
dos 14 aos 22 anos. Uma segunda seria uma ex-mulher do pastor, com quem
foi casado até 1998.
A Polícia Civil ainda investiga o suposto
envolvimento do pastor em quatro homicídios, além de tráfico de drogas,
associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos
seria de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo.
Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido neste
assassinato.O pastor não possui formação em Teologia. Por isso, será
encaminhado nesta quarta-feira (08) à uma prisão comum no Complexo
Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
Apoio de fiéis
Após
a prisão do pastor, cerca de 30 fiéis da igreja de Marcos Pereira
fizeram plantão em frente à sede da DCOD, no Andaraí, na zona norte.
Mulheres e crianças trajavam vestidos longos, que cobrem o corpo do
pescoço aos pés. O traje é comum entre fiéis da Assembleia de Deus dos
Últimos Dias. Entre os fiéis, estava o ex- pagodeiro Waguinho, que é
missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair
da delegacia, Waguinho criticou a ação da polícia e as denúncias de
José Júnior. O ex-pagodeiro concorreu à Prefeitura de Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense, nas eleições do ano passado, mas não passou para o
segundo turno.
Pelo twitter, o coordenador do AfroReggae comemorou
a prisão do pastor: "Quero agradecer a nova gestão da DCOD pelo
excepcional trabalho nessa prisão. Dr. Marcio Mendonça num curto espaço
de tempo arrebentou!".
Estranho perfil
Marcos Pereira ganhou
notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em
presídios. Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se
dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o
tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José
Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter
ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio,
em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por
calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.
FONTE: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/pastor-%C3%A9-preso-acusado-de-estuprar-fi%C3%A9is-de-sua-igreja
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