Vereador enfrenta novos desafios após denúncia
"Devia bater no peito com orgulho de ter denunciado o esquema de corrupção. Mas quando percebo que honestidade deveria ser regra, não exceção, me envergonho da realidade que via". As palavras são do vereador do município de Vila Flor, Floriano Felinto, 38 anos. Ele é o principal responsável pelas denúncias e coleta de provas que levaram à investigação do Ministério Público no município distante cerca de 80 quilômetros da capital. A partir do trabalho de Felinto, o prefeito de Vila Flor e seis vereadores foram presos por envolvimento em um suposto "mensalão" na cidade. "Eles se orgulhavam por serem corruptos", comentou o vereador, que chegou a utilizar câmeras escondidas para flagrar ações supostamente criminosas.
Durante a manhã de ontem, Felinto conversou com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE sobre os detalhes do caso ocorrido no interior do Estado que ganhou repercussão. A entrevista ocorreu na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Candelária. Formado em Pedagogia, com pós-graduação na mesma área e graduando em Direito, o vereador de Vila Flor diz que teve um caso de "amor à primeira vista com os princípios morais". Com práticas honestas, dentre os corruptos, Felinto foi capaz de desbaratar sozinho o esquema e conseguir provas para embasar a denúncia do Ministério Público.
Na cidade em que "falta de quase tudo", não faltava apropriação de recursos públicos. "Quando perguntava sobre a reação da população frente ao crescimento do patrimônio, os vereadores diziam com todas as letras: 'Não estou nem aí, rapaz'". O homem de fala calma e personalidade centrada, não gesticula enquanto fala e também não se exalta ou se emociona. Apenas relata.
Relata o que viu, ouviu e presenciou. Em seu segundo mandato para o cargo, foi eleito com 158 votos. O pai e o irmão já exerceram o mesmo cargo e foram eles que encaminharam o professor concursado para concorrer a vereador. Na primeira tentativa, não se elegeu. Conseguiu o cargo em 2004, tendo sido reeleito em 2008.
Conta que no primeiro mandato era inexperiente para se levantar contra as irregularidades que via. No segundo, com a experiência, vieram as denúncias. Mas não foi tão fácil. "O Ministério Público não teve essa disposição toda para investigar. Foi preciso insistir, vir a Natal para fazer as coisas acontecerem".
Os princípios morais foram herdados do pai, agricultor semiescolarizado, mas de personalidade influente na pequena cidade. A família se espalha no município com mais de 70 componentes. Da mãe, falecida há poucos anos por complicações em virtudes da diabetes, aprendeu a "lição da paciência".
Floriano Felinto classifica como "desafio" a tarefa de retomar as atividades em Vila Flor. "Temos que arrumar a casa e acabar com o lamaçal de corrupção que já estávamos acostumados de tanto ver". A administração municipal vinha gerando insatisfação popular, segundo o vereador. "A saúde estava doente. Na área de educação, o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é um dos piores do Estado".
Ameaçado pela realização das denúncias, o vereador hoje está sob rastreamento de equipes do Ministério Público. Contando com ele, são três vereadores que compõem a Câmara Municipal. Perguntado se os outros dois não teriam envolvimento com o esquema, Felinto recua. "Deixamos a denúncia a critério da Justiça. Vamos ver o que acontece no decorrer da investigação".
Fonte: Tribuna do Norte
Na cidade em que "falta de quase tudo", não faltava apropriação de recursos públicos. "Quando perguntava sobre a reação da população frente ao crescimento do patrimônio, os vereadores diziam com todas as letras: 'Não estou nem aí, rapaz'". O homem de fala calma e personalidade centrada, não gesticula enquanto fala e também não se exalta ou se emociona. Apenas relata.
Relata o que viu, ouviu e presenciou. Em seu segundo mandato para o cargo, foi eleito com 158 votos. O pai e o irmão já exerceram o mesmo cargo e foram eles que encaminharam o professor concursado para concorrer a vereador. Na primeira tentativa, não se elegeu. Conseguiu o cargo em 2004, tendo sido reeleito em 2008.
Conta que no primeiro mandato era inexperiente para se levantar contra as irregularidades que via. No segundo, com a experiência, vieram as denúncias. Mas não foi tão fácil. "O Ministério Público não teve essa disposição toda para investigar. Foi preciso insistir, vir a Natal para fazer as coisas acontecerem".
Os princípios morais foram herdados do pai, agricultor semiescolarizado, mas de personalidade influente na pequena cidade. A família se espalha no município com mais de 70 componentes. Da mãe, falecida há poucos anos por complicações em virtudes da diabetes, aprendeu a "lição da paciência".
Floriano Felinto classifica como "desafio" a tarefa de retomar as atividades em Vila Flor. "Temos que arrumar a casa e acabar com o lamaçal de corrupção que já estávamos acostumados de tanto ver". A administração municipal vinha gerando insatisfação popular, segundo o vereador. "A saúde estava doente. Na área de educação, o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é um dos piores do Estado".
Ameaçado pela realização das denúncias, o vereador hoje está sob rastreamento de equipes do Ministério Público. Contando com ele, são três vereadores que compõem a Câmara Municipal. Perguntado se os outros dois não teriam envolvimento com o esquema, Felinto recua. "Deixamos a denúncia a critério da Justiça. Vamos ver o que acontece no decorrer da investigação".
Fonte: Tribuna do Norte
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