A mulher de Canguaretama nunca teve grande destaque, nem a valorização devida. Canguaretama sempre foi área de domínio dos homens. Até o ano 2000, entre todas as ruas do centro da cidade só uma possuía nome de mulher, rua Princesa Isabel; na Areia Branca a rua Nossa Senhora da Conceição; em Piquiri as ruas Olívia de Sousa e Carolina Shuller da Rocha; na Barra do Cunhaú a rua Maria Canoa.
A referência mais antiga que conheço de uma atuação feminina na sociedade canguaretamense é da Negra Caiá, que chefiou um movimento de protesto na cidade. Foi a Revolta do Quebra Quilo, 1875, encabeçada e feita pelas mulheres contra as novas medidas do sistema decimal que se estabeleciam no Brasil.
Até a metade do século XX, as mulheres se limitavam a ser professoras, se não quisessem ser apenas mães e donas de casa. As primeiras vereadoras foram as irmãs Gasparina e Guacira, do povoado de Baía Formosa, que fazia parte de Canguaretama, eleitas em 1954r. Depois disso, só na década de 1980 a Câmara municipal receberia outras mulheres: Toinha da Barra e Ainha.
A mulher canguaretamense foi bem representada pela dona de casa, ao lado do marido; a que tecia a palha da carnaúba, a que dava formas ao barro, a beata, a rezadeira, a parteira. Todas elas tiveram sua parcela na construção da nossa identidade, porém, a professora foi o grande marco feminino na cidade.
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