O chefe do Setor de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, defende
mudanças sobre a avaliação de previsão de chuvas para a região litorânea
e semiárida. Ele discorda, inclusive, do resultado da previsão de
chuvas divulgado na sexta-feira, em Maceió (AL), com relação à região do
litoral nordestino. “Está um pouco distorcida da realidade, sou
obrigado a discordar um pouco daquela previsão”, afirmou o
meteorologista da Emparn.
Gilmar Bristot diz que a previsão levou em consideração o litoral e o
agreste e uma pequena faixa regional do Nordeste, onde que as
condições globais não interferem muito nas condições de chuvas para
essa região. “A previsão que foi feita, de chuvas abaixo do normal, não
vem muito de encontro a essa realidade que vemos hoje”, ponderou ele.
Bristot disse que na reunião de quinta e sexta-feira, dias 18 e 19,
foi colocado que se estava vivendo um novo momento “e nós precisávamos
analisar modelos de um cunho mais regional”. Segundo ele, esses modelos
foram analisados “mas não foram levados em conta na hora de se fazer a
previsão”. O meteorologista da Emparn acredita na possibilidade de
chuvas de 700 milímetros nos próximos três meses, “com contribuição
maior para o litoral”.
Ele ainda acrescentou que, pessoalmente, discorda da previsão
anunciada de que “as chuvas serão abaixo da média no litoral”, mas não
da metodologia utilizada. “A nossa opinião é um pouco diferente deles,
mas não podemos colocar lá, porque a previsão é de consenso e,
infelizmente, essa metodologia que está sendo adotada nessas previsões e
nessas reuniões climáticas não leva em conta mais adiante o
conhecimento técnico dos meteorologistas”, ponderou.
Segundo Bristot, as reuniões climáticas com os meteorologistas do
Nordeste, que são feitas a cada mês em capitais e cidades diferentes,
“estão considerando mais os resultados modelos, que diga-se de passagem,
tem algumas deficiências e precisam ser melhorados”.
Para ele, em alguns momentos estão acertando as previsões, como
acertaram para o semiárido, “mas aqui para o litoral, achamos que estão
pecando um pouco porque estão considerando condições globais e nós
queremos condições regionais para fazer a previsão para o litoral”.
Já a respeito da possibilidade dos agricultores plantarem neste fim
de abril, Bristot disse que devem aproveitar as vazantes e as margens
dos rios e reservatórios para aproveitar essa umidade.
Da Tribuna do Norte
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