Do Globo Rural
A Secretaria de Agricultura do Rio Grande
do Norte estima que a seca pode ter provocado a morte de metade do
rebanho do estado nos últimos 15 meses. O cenário é desolador nas
propriedades. Pela areia, no acostamento da RN-003, entre os municípios
de Goianinha e Espírito Santo, no agreste potiguar, estão ossadas e
corpos de animais vencidos pela estiagem prolongada. Na mesma estrada há
animais vivos, que pastam onde ainda conseguem encontrar mato verde.
O agricultor Francisco Félix e o sobrinho Marcelino Alves saíram em
busca de algo que sirva de ração. Eles decidiram levar mato seco para
alimentar o gado. Os dois fazem isso porque não há mais dinheiro para
comprar comida para os animais. O agricultor Manoel Silva encheu a
carroça com cardeiro, que irá moer tudo para dar de comer ao rebanho.
“Se não fosse esse cardeiro, o gado já teria morrido”, diz.
No agreste do Rio Grande do Norte há 43 municípios. De acordo com a
Empresa de Pesquisas Agropecuárias, nos três primeiros meses do ano,
normalmente, a média histórica de chuvas é de 230 milímetros. Mas com a
estiagem o volume não ultrapassou os 85 milímetros. Em municípios como
Tangará choveu apenas 06 milímetros e em Senador Elói de Souza foram
somente 05 milímetros.
Em muitas localidades o que resta da água não dá para fazer irrigação
das terras. Devido ao excesso de lama e a salinidade, a água se tornou
salobra. Se os dados da secretaria de Agricultura do Rio Grande do Norte
estiverem corretos, cerca de 500 mil animais morreram no estado desde o
início da seca.
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