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A comunidade católica de Canguaretama homenageia nesta quarta-feira, os 369 anos do Massacre de Cunhaú, como se chamava o engenho de açúcar da família Albuquerque Maranhão, onde, no século 17, tropas dos invasores holandeses protestantes assassinaram 69 pessoas por não abjurarem a fé católica. As celebrações começaram no domingo e vão até o próximo domingo (20), na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. O padre José Pereira da Silva Neto dirige a paróquia há um ano e meio, e disse que o seu intuito “é tentar redescobrir o valor histórico, cultural e religioso da capelinha de Cunhaú.” Padre José P. Neto vem de uma experiência de dois anos como auxiliar na paróquia de Santa Cruz, onde contribuiu para a construção do monumento religioso em homenagem a padroeira daquele município da região do Trairi, Santa Rita de Cássia.Para o pároco de Canguaretama, é preciso resgatar o papel histórico-religioso da capela: “Em 1949, Câmara Cascudo já dizia que Cunhaú era o santuário histórico do Rio Grande do Norte, precisamos valorizar aquele espaço onde o padre André de Soveral e seus companheiros deram à vida por Jesus Cristo”.
O religioso lembrou, ainda, que o falecido arcebispo emérito de Natal, dom Nivaldo Monte, dizia que “Cunhaú era o marco religioso mais importante do Brasil, porque foi lá que os primeiros mártires brasileiros morreram por causa da fé católica”.
Segundo o padre, depois da restauração da capela pela Fundação José Augusto, em 1995, Cunhaú não recebeu novos investimentos, além de uma estrada asfaltada. A capela preserva a sua fachada original, lá ainda existe um arco original em pedra-sabão vindo de Portugal, mas, não tem quase nada além disto.
“Tudo é muito novo, tudo está renascendo, teve uma efervescência em 2000 com a beatificação dos protomártires de Cunhaú e Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante (a ser comemorada em 3 de outubro) pelo papa João Paulo II, e agora estamos tentando resgatar o afeto e devoção dos potiguares aos santos mártires”, disse o padre José Neto, que defende uma restruturação de Cunhaú: “Nós temos um santuário de 750 metros quadrados que está com sua infraestrutura comprometida, muito precária, o romeiro vem por curiosidade, mas não volta.”
O historiador Francisco Galvão escreveu um livro sobre o massacre de Cunhaú, que deve ser publicado em 2015. “Não deu tempo pra lançar agora, porque está passando por correção”. Ele lembra que o morticínio de 16 de julho de 1645 é um marco para o município de Canguaretama, situado 76 km ao sul de Natal: “Quando as pessoas passam a conhecer um pouco mais da história, vê que é um marco católico para o Estado e para o Brasil”.
Francisco Galvão disse que o povo guardou na memória o massacre de 1645 durante todo esse tempo, “até que Câmara Cascudo e a Igreja Católica retomou a história oficial na primeira metade do século XX”.
Segundo Galvão, o engenho Cunhaú era a propriedade rural mais poderosa para a economia do Rio Grande do Norte no século XVII. “Na cabeça das pessoas ficaram resquícios da religiosidade popular, elas não sabiam explicar direito, mas sabiam que alguma coisa tinha ocorrido ali, isso se aliou à história oficial”.
Para Galvão, o massacre de Cunhaú tem uma importância nacional, “porque ali nasceu o sentimento de brasilidade, foi quando se pensou em ser brasileiro”. A pressão dos holandeses para que os católicos renunciassem à sua fé, “revoltou quem morava na colônia, fazendo com que as pessoas se unissem para expulsar os holandeses”.
Programação
Festa religiosa de Cunhaú
Dia 15
8h00 - Visitação Setor Piquiri e Outeiro (Grupo de Oração NSF)
15h00 - Evangelização – Juventude
19h00 - Vigília de Oração - Capela Santuário
Dia 16
5h00 - Alvorada Festiva
8h00 - 2ª MartBike (saindo do Cruzeiro para a Capela do Cunhaú)
10h00 - Louvor de Acolhimento no Santuário Chama de Amor
12h00 - Adoração – Santuário dos Mártires
15h00 - Terço da Misericórdia – Santuário dos Mártires
15h30 - Show Louvor - Campo dos Mártires
17h00 - Missa Solene dos Mártires
Dia 17
9h às 12h - Adoração nas famílias (todas as comunidades)
15h00 - Evangelização – Setor Conj. Abel Vieira, Sertãozinho, Bosque das Palmeiras-Salém e Conj. Pastor José Fernandes - Juventude.
19h00 - Missa – Conj. Pastor José Fernandes.
Dia 18
8h00 - Visitação Setor Centro, São José, Lagoa de São João, Vila Vinten, Cercado Grande, Conj. Ana Catarina.
15h00 - Evangelização – Juventude
19h00 - Missa – Vila Vintém
Dia 19
9h00 - Visitação Setor Barra do Cunhaú e Vila Flor
15h00 - MartFest
19h00 - Bênção do Santíssimo Sacramento
Dia 20
7h00 - Missa – Matriz
9h00 - Encontro com as crianças
9h00 - Confissões – Santuário
10h30 - Missa no Santuário
19h00 - Missa Solene de Encerramento e Comemoração – Matriz
20h00 - Chá partilhado de Comemoração
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