domingo, 4 de agosto de 2013

FLORINDA BOLKAN, A ATRIZ CEARENSE QUE SE CONSAGROU NO CINEMA EUROPEU MAS É PRATICAMENTE DESCONHECIDA EM SEU PRÓPRIO PAÍS:

Nascida em 1941, em Uruburetama, no Ceará, Florinda Bolkan cresceu com senso libertário e desejo de conhecer o mundo. Seu pai era poeta e deputado; a mãe, de sangue índio, mal sabia escrever. Era muito pequena quando seu pai faleceu, mas a cultura dele exerceu forte fascínio nela, e foi também uma espécie de fixação permanente de que deveria seguir aquele estilo de vida.

Desde muito jovem, falava fluentemente inglês e francês. Depois de vários tipos de trabalho, conquistou uma boa posição como executiva de bordo da Varig, no Rio de Janeiro, enquanto circulava entre pessoas da alta sociedade, sempre se destacando pela sua imensa elegância, cultura e beleza.

Em 1967, morando na Europa, protegida da condessa Marina Cicogna, conheceu o ilustre diretor italiano Luchino Visconti, que a convenceu a vencer a timidez e tornar-se atriz. Logo seria convidada para filmar “Candy’’ (1968), onde atuou ao lado dos consagrados Marlon Brando e o beatle Ringo Starr. Nos anos seguintes, rodou diversos filmes que lhe renderiam fama, ao ponto de fazer parte do seleto grupo das cinco atrizes europeias mais populares da época.

Em 1969, brilhou em “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita”, drama político que conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Seu próximo passo, “Anônimo Veneziano”, foi o filme mais visto na Itália em 1970, o que aumentou sensivelmente seu status de estrela: entre 1970 e 1975 ela atuaria em mais de 20 filmes.

A exemplo de Sophia Loren, Claudia Cardinale e Monica Vitti, também ganhou por três vezes o Prêmio David di Donatello, o Oscar do cinema italiano. O diretor Vittorio de Sica quando contratou Florinda para fazer ''Una breve vacanza'' (Amargo Despertar), o filme que iria lançá-la no mercado dos Estados Unidos, disse a seguinte frase: "Escolhi você por que seus olhos são de quem já conheceu a fome". A resposta de Florinda Bolkan: "Quem nasce no Ceará traz uma carga de verdade muito dura e forte".

Além do cineasta Vittorio de Sica, Florinda trabalhou também com cineastas importantes como Elio Petri, Giuliano Montaldo, Michel Deville, Richard Lester e ainda, Giuseppe Patroni Griffi. Depois de uma crise de identidade que afetou sua carreira, gravou em 1986 o mais popular seriado de TV já realizado na Itália, “La Piovra”, batendo recordes de audiência.

Em 1998, filmaria pela primeira vez no Brasil: “Bella Donna”, de Fábio Barreto, no papel de líder religiosa de um vilarejo, tão temida quanto respeitada. Como diretora, aproveitou o cenário de sua terra natal para rodar “Eu Não Conhecia Tururu” (2000).

FONTE:Fatos Históricos Brasileiros

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