O
Brasil vive uma tragédia na área da segurança pública, afirmou hoje (8)
o especialista Ricardo Balestreri, durante seminário na Feira
Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD Security 2014),
que reúne até quinta-feira (10) no Riocentro, zona oeste da capital
fluminense, empresas fabricantes e fornecedores nacionais e
internacionais de tecnologia, equipamentos e serviços. Segundo ele, a
falta de recursos, de políticas públicas para o setor e de investimento
nas carreiras policiais contribuem para que anualmente o país perca em
torno de 53 mil vidas desnecessariamente.
“Estamos matando por ano, no país, quase uma cidade de médio porte.
São quase 100 mil pessoas entre homicídios e mortes no trânsito. São 53
mil homicídios por ano”, comentou ele. “É uma desgraça constante e
crônica na área da segurança. Não é qualquer tipo de morte, estamos
eliminando anualmente toda uma geração de jovens: em geral, negros,
pobres, na faixa dos 14 aos 24 anos”, ressaltou.
Comprar mais armas, viaturas, rádios e coletes apenas, sem tecnologia
de ponta, como sistemas de comando e controle, vídeo e monitoramento,
aparelhamento e treinamento dos policiais é fazer mais do mesmo, segundo
ele. “Não teremos a menor chance de reduzir o número de mortes, nem dos
demais crimes que assolam hoje a sociedade brasileira, se não tivermos
mais seriedade na gestão pública. Comprar apenas apetrechos é manter a
política do espetáculo, que é a do tiroteio, do chute na porta, da
quantidade de prisões, e ao final o resultado é pífio”, comentou.
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